Plano de saúde negou cirurgia: conheça seus direitos e como agir

Descubra estratégias eficazes para quando um plano de saúde negar cirurgia necessária e aprenda a garantir seus direitos como beneficiário de forma rápida.

A situação em que a negativa de cirurgias corretivas por plano de saúde ocorre representa um dos momentos mais angustiantes para beneficiários que dependem desse serviço essencial. 

Milhares de brasileiros enfrentam anualmente essa dificuldade, especialmente quando necessitam de procedimentos que envolvem valores elevados ou tratamentos de maior complexidade técnica.

Quando plano de saúde negou cirurgia recomendada por profissional médico, beneficiários frequentemente se sentem desamparados e sem saber quais medidas tomar para reverter essa decisão. 

A legislação brasileira, no entanto, oferece mecanismos robustos de proteção que podem ser acionados para garantir o acesso aos tratamentos necessários, desde que sejam seguidos os procedimentos adequados.

Plano de saúde negou cirurgia: conheça seus direitos e como agir
Plano de saúde negou cirurgia: conheça seus direitos e como agir

Motivos mais comuns para negativa de cirurgias

As cláusulas contratuais restritivas representam um dos principais argumentos utilizados pelas operadoras quando plano de saúde negou cirurgia, alegando que determinados procedimentos não estão cobertos pelo contrato ou que há limitações específicas para certas especialidades médicas.

Questões administrativas também são frequentemente invocadas, incluindo alegações de documentação incompleta, falta de solicitação de autorização prévia ou descumprimento de prazos estabelecidos pela operadora. 

Muitas dessas questões podem ser solucionadas através de comunicação adequada com o setor responsável.

A classificação como procedimento estético é outro motivo comum de recusa, especialmente em cirurgias reparadoras que podem ser interpretadas erroneamente pelas operadoras como procedimentos puramente estéticos, quando na verdade possuem indicação médica clara para correção de problemas funcionais.

Um advogado especializado em liminar contra plano de saúde frequentemente identifica que muitas negativas são baseadas em interpretações equivocadas da legislação ou em cláusulas contratuais que violam direitos básicos dos consumidores estabelecidos pelo Código de Defesa do Consumidor.

Primeiros passos após receber a negativa

Solicitação de justificativa por escrito é o primeiro passo fundamental quando plano de saúde negou cirurgia, exigindo que a operadora apresente argumentação técnica detalhada que justifique a recusa do procedimento solicitado pelo médico responsável.

A segunda opinião médica pode ser solicitada para fortalecer a argumentação sobre a necessidade do procedimento, especialmente quando há discordância entre a avaliação do médico assistente e a análise da auditoria médica da operadora.

Questões relacionadas à saúde exigem documentação adequada, sendo importante reunir todos os exames, laudos médicos e relatórios que comprovem a necessidade do procedimento cirúrgico negado pela operadora.

Protocolo de recurso administrativo deve ser apresentado dentro dos prazos estabelecidos pela operadora, seguindo rigorosamente os procedimentos internos para revisão da decisão inicial de negativa da cobertura cirúrgica.

Recurso administrativo: como estruturar adequadamente

A fundamentação técnica do recurso é essencial para reverter situações onde plano de saúde negou cirurgia, incluindo argumentação médica sólida que demonstre a necessidade do procedimento e sua relação com a preservação da saúde do beneficiário.

Documentação médica completa deve acompanhar o recurso, incluindo exames complementares, relatórios de especialistas e, quando aplicável, pareceres de juntas médicas que confirmem a indicação cirúrgica contestada pela operadora.

A citação da legislação pertinente fortalece significativamente o recurso administrativo, especialmente referências à Lei 9.656/98, resoluções da ANS e decisões judiciais consolidadas sobre casos similares ao que está sendo contestado.

Prazo de resposta deve ser rigorosamente observado, sendo que as operadoras têm até 21 dias para responder recursos administrativos relacionados à negativa de cobertura de procedimentos cirúrgicos, conforme estabelecido pela regulamentação da ANS.

Medidas judiciais em casos de urgência

Liminar judicial pode ser necessária quando plano de saúde negou cirurgia de caráter urgente, permitindo que o procedimento seja realizado imediatamente enquanto o processo judicial principal tramita nos tribunais competentes.

A tutela de urgência é especialmente aplicável em casos onde a demora na realização da cirurgia pode agravar o quadro clínico do paciente ou resultar em sequelas permanentes que comprometam sua qualidade de vida ou integridade física.

Critérios jurídicos para concessão de liminar incluem demonstração de urgência médica, probabilidade de êxito no mérito da ação e risco de dano irreparável caso o procedimento não seja autorizado imediatamente pela operadora.

Custos processuais podem ser minimizados através de pedido de gratuidade judicial ou contratação de advogados especializados que trabalhem com honorários de êxito, reduzindo o risco financeiro para beneficiários com recursos limitados.

Cobertura obrigatória: o que diz a legislação

O Rol de Procedimentos da ANS estabelece lista mínima de coberturas obrigatórias que não podem ser negadas pelas operadoras, sendo que quando plano de saúde negou cirurgia prevista neste rol, a recusa é claramente irregular e passível de contestação.

Procedimentos não listados também podem ter cobertura obrigatória quando há evidência científica de eficácia e recomendação médica fundamentada, especialmente para tratamento de doenças graves ou quando são a única alternativa terapêutica disponível.

A interpretação taxativa do rol foi superada pelo Superior Tribunal de Justiça, que estabeleceu que a lista deve ser interpretada de forma exemplificativa, permitindo cobertura de outros procedimentos com base em evidências científicas e necessidade médica comprovada.

Exclusões contratuais não podem prevalecer quando contrárias à legislação vigente ou quando violam princípios básicos de proteção ao consumidor, especialmente em situações que comprometem o objeto principal do contrato de assistência à saúde.

Documentação essencial para contestar negativas

Relatório médico detalhado é fundamental para comprovar a necessidade do procedimento quando plano de saúde negou cirurgia, devendo incluir histórico clínico completo, justificativa técnica e prognóstico sem o tratamento proposto.

Exames complementares que demonstrem a patologia e confirmem a indicação cirúrgica devem ser organizados cronologicamente, permitindo visualização clara da evolução do quadro clínico e urgência do procedimento negado.

Correspondências com a operadora devem ser mantidas e organizadas, incluindo protocolos de solicitação, respostas da auditoria médica e eventuais comunicações sobre recursos administrativos apresentados contra a negativa.

Pareceres de especialistas independentes podem fortalecer significativamente a argumentação, especialmente quando emitidos por profissionais reconhecidos na área específica relacionada ao procedimento cirúrgico contestado.

Acompanhamento pós-decisão favorável

Autorização obtida deve ser utilizada imediatamente, agendando-se o procedimento cirúrgico o mais rapidamente possível para evitar que a operadora tente reverter a decisão ou criar novos obstáculos administrativos.

Documentação de todo o processo deve ser preservada, incluindo decisões judiciais, autorizações administrativas e comprovantes de realização do procedimento para eventuais questionamentos futuros da operadora.

O acompanhamento pós-operatório também deve ser garantido, verificando se a operadora está cumprindo adequadamente com suas obrigações contratuais relacionadas aos cuidados necessários após a realização da cirurgia autorizada.

Precedentes criados pela decisão favorável podem beneficiar outros beneficiários em situações similares, sendo importante comunicar resultados positivos para advogados especializados que possam utilizar esses precedentes em casos futuros.

Prevenção de futuras negativas

A comunicação prévia com a operadora sobre procedimentos programados pode evitar surpresas e permitir resolução antecipada de eventuais questionamentos sobre cobertura antes da data prevista para realização da cirurgia.

Conhecimento do contrato é essencial para beneficiários, incluindo compreensão clara sobre coberturas, exclusões legítimas, prazos de carência e procedimentos para solicitação de autorizações de procedimentos mais complexos.

Relacionamento com equipe médica deve incluir orientação sobre como proceder em casos de negativa, garantindo que profissionais estejam preparados para fornecer documentação adequada que sustente recursos administrativos ou judiciais.

Atualização sobre mudanças na legislação e regulamentação da ANS permite antecipar direitos e identificar rapidamente quando plano de saúde negou cirurgia de forma irregular ou contrária às normas vigentes.

Dúvidas frequentes

O que fazer imediatamente quando plano de saúde negou cirurgia?

Solicite justificativa por escrito da negativa, reúna toda documentação médica disponível, verifique se o procedimento está no rol da ANS e protocole recurso administrativo dentro do prazo estabelecido pela operadora.

Posso realizar a cirurgia particular e cobrar da operadora depois?

Sim, em casos de urgência onde há risco à vida ou saúde. Mantenha todos os comprovantes e busque orientação jurídica para reembolso posterior, especialmente quando a negativa for considerada irregular.

Quanto tempo a operadora tem para responder meu recurso?

A operadora tem até 21 dias para responder aos recursos administrativos sobre negativas de cobertura. Caso não responda no prazo, considera-se aprovado o procedimento solicitado conforme regulamentação da ANS.

Posso trocar de plano se o meu sempre nega cirurgias?

Sim, mas observe prazos de carência para procedimentos não urgentes. A portabilidade também é opção para mudar de operadora mantendo coberturas similares sem cumprir novas carências na maioria dos casos.

Procedimentos experimentais têm cobertura obrigatória?

Não necessariamente. Deve haver evidência científica de eficácia e aprovação pelos órgãos competentes. 

Tratamentos experimentais podem ser cobertos quando são a única alternativa terapêutica para doenças graves sem outras opções.

Como provar urgência médica para conseguir uma liminar?

Através de relatórios médicos detalhados que demonstrem risco à vida ou saúde, exames que comprovem agravamento do quadro e pareceres que indiquem consequências irreversíveis da demora no tratamento.